67. Indústria 4.0

Autor: ANDRIO PORTUGUEZ FONSECA Mestre em Direito pela Unisinos e Doutorando em Direito pela UFRGS. A referida definição tem sua origem na Alemanha como um paradigma real do crescimento econômico em que a tecnologia é mais uma ferramenta como forma de repensar toda a economia industrial. Que tal renovação é classificada como a quarta Revolução Industrial. Essa nova forma de economia industrial é baseada no uso da internet dentro dos processos de produção para otimizar a integração e a coordenação dentro da fábrica e em toda a cadeia de suprimentos na sua relação com os fornecedores e especialmente com os consumidores. A grande novidade paradigmática é poder oferecer produtos personalizados (massa personalização) a um preço que permite a venda em grandes mercados. Tudo isso é possível já que várias tecnologias que agora são acessíveis para empresas sustentáveis, como CPS (Cyber Physical Systems) que permitem à “internet das coisas” construir processos dinâmicos e flexíveis para se adaptar às demandas dos consumidores, onde há a coleta de dados a partir dos próprios produtos que permitem monitorar e otimizar processos em tempo real e ainda com o uso da robótica no trabalho colaborativo que pode ajudar a reduzir a fadiga dos trabalhadores e aumentar a produtividade, bem como dispositivos wearable (tecnologias vestíveis) e exoesqueleto. Na indústria 4.0 diferentemente da revolução industrial anterior em que a tecnologia teve o escopo de tornar as atividades humanas mais produtivas, essa em certas atividades substitui a própria figura e a presença humana do processo de produção. Se têm inovações em processos e produtos na maioria dos casos, eles não acontecem, especialmente em mecânica avançada e de precisão, através da automação, mas através de uma maior coordenação entre processos, inovação na análise de fluxo de dados, otimização da logística de armazém e, em geral, a tentativa, através da tecnologia, para desenvolver uma visão holística em todas as atividades de produção. A indústria 4.0 representa alterações em todos os procedimentos industrias e de serviços com a finalidade de alcançar uma maior eficiência e melhor prestação de serviço. A indústria 4.0 impõe novos sistemas e modelos de produção que revolucionam profundamente os modelos de negócios e o mundo do trabalho. Emerge, portanto, o problema de como reconhecer e valorizar adequadamente os trabalhadores que desenvolveram competências específicas de investigação, incluindo no final dos cursos de doutoramento em empresas e industriais ou em estágios aplicáveis aos processos de inovação e desenvolvimento da empresa, incluindo PhDs e ainda todos os trabalhadores aplicados a pesquisa, design e desenvolvimento. A grande preocupação fica para a grande gama de trabalhadores e empregados que não apresentam a qualificação necessária para se enquadrarem nesse novo quadro industrial ficando à margem da sociedade pela ausência de capacidade técnica laborativa. É notório que essa é apenas uma primeira e pequena parte dessa nova era tecnológica já disponível, estando esse processo ainda na sua fase embrionária já que se tem de forma inequívoca uma grande margem para crescimento e evolução em proporções geométricas. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o processo de automação é uma tendência certa e a geração de empregos vai reduzir, para tanto são necessárias políticas governamentais e econômicas no sentido de uma maior qualificação da sociedade com o escopo de se preparar para essa nova etapa que é irreversível. ............................................................................................................................................ LIBRO BIANCO SU LAVORO E COMPETENZE IN IMPRESA 4.0. Editora Adapt. 25 settembre 2007. https://jornal.usp.br/artigos/era-dos-robos-esta-chegandoevai-eliminar-milhoes-de-empregos/ ............................................................................................................................................

Direito do Trabalho, Tecnologia, Fraternidade e OIT - Ed. 2020

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